1. Comentário crítico do poema na linguagem do poema – apesar de se ter de resolver grandes problemas de interpretação para ser válido, há a vantagem de se poder resolvê-los dentro do mesmo sistema linguístico;
2. Comentário crítico escrito noutra linguagem – tem de ser “traduzido” para outro sistema linguístico, bem como fazer uma interpretação crítica do poema;
3. Tradução em prosa – como o próprio nome indica, esta forma traduz o poema de qualquer forma, desde a mais literal à mais despegada. Partilha com as primeiras o facto de ser prosa e, como tal, não tem duração ou assunto específico, mas tem uma duração limitada e assunto definido;
4. Tradução em verso(metapoema) – como todas as anteriores, esta forma tem o objectivo de interpretar o poema, mas como as formas seguintes, usa o verso como meio comunicativo e é ele próprio um poema;
5. Imitação;
6. Poema baseado no poema;
7. Poema inspirado pelo poema;
As últimas três formas de meta-literatura são muito semelhantes na medida em que usam algo do poema mas estão afastadas do assunto e têm uma duração indeterminada. São também as únicas que não têm o propósito de interpretar o poema original.
Já a tradução é sempre um acto de interpretação crítica, havendo ainda as traduções que têm também o objectivo de serem poemas por direito próprio: estas enquadram-se na categoria do metapoema.
A complexidade do metapoema prende-se ao facto de o poema original e especificamente ligado à tradição poética dessa língua ter de ser traduzido, não só para outra língua, como para a tradição poética dessa língua. O problema reside na escolha da forma de verso mais apropriada em que traduzir o metapoema, pois é essencial e determinará que decisões tomar ao longo de todo o poema.
Existem quatro propostas tradicionalmente escolhidas para resolver este problema:
1. Reter a forma do poema original – tendo em conta que não se poderá nunca traduzir para uma forma idêntica, tenta-se traduzir para uma forma fundamentalmente semelhante, ou forma mimética;
2. Forma analógica – concentra-se na função do poema da forma do poema na sua tradição de partida e encontra outra forma que seja paralela na tradição poética da língua de chegada;
3. Forma derivada do conteúdo/ orgânica – como o nome indica, esta forma concentra-se no conteúdo do poema, ao contrário das anteriores, que dão mais importância à forma; neste caso, o material semântico vai sendo vazado para uma forma que se transforma com o desenvolvimento da tradução.
4. Forma desviante/estranha -- não tem minimamente em conta a forma de partida; mas claro que tem de ter o conteúdo. É o caso, por exemplo, de uma tradução de um poema convencional num poema visual.
TRANSCORVO
intradução de Augusto de Campos - 1992
Finalmente, Holmes sublinha que “existe uma relação muito próxima entre o tipo de verso escolhido pelo tradutor e o tipo de efeito total atingido pelas suas traduções”.
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