domingo, 28 de abril de 2013

Resumo de capítulos de "The Translator's Invisibility" (por Neuza, Maria José e Luís)

Capitulo 1 – INVISIBILIDADE
O autor começa por definir Invisibilidade como o “termo utilizado para descrever a situação do tradutor e a sua actividade na cultura anglo-americana contemporânea”, referindo dois fenómenos mutuamente determinantes. Um é o efeito ilusionista no discurso e o outro é o estatuto da actividade de tradução e do tradutor. O primeiro é reconhecido pela fluência da leitura e pela aparência de transparência, ou seja, quanto mais fluente for a tradução mais invisível o tradutor se torna, uma vez que a sua intervenção foi maior para se aproximar da língua de chegada.
Descreve a tradução fluente como tendencialmente recorrendo ao plain style, direto, com estruturas tendentes à objetividade e geralmente simplificadas . Refere ainda que a fluência também depende da sintaxe, não sendo tão fiel ao texto estrangeiro, e que se torna imediatamente reconhecível e inteligível, "familiarizada", domesticante "Sob o regime de fluente tradução, o tradutor trabalha para fazer o seu trabalho "invisível", produzindo a ilusão do efeito de transparência que simultaneamente disfarça o seu status como uma ilusão: o texto traduzido parece "natural", ou seja, não traduzido.
O autor explica a marginalidade cultural da atividade de tradução, na medida em que o efeito de transparência apaga o trabalho de tradução, e atribui a  sua exploração económica à falta de reconhecimento.
A tradução é definida pelo autor como um processo pelo qual a cadeia de significantes do texto de partida são substituídos por uma cadeia de significantes da língua de chegada com a força interpretativa do tradutor, mediante percepção da inteligibilidade do leitor / público alvo.
O termo Domesticação surge associado à violência etnocêntrica, uma vez que existe uma maior manipulação do texto de partida por parte do tradutor. Por outro lado, o Estranhamento é considerado a atitude ética mais recomendável para a cultura anglo-americana.
Questiona-se a posição de Nida quanto à equivalência dinâmica e comunicação interlinguística, uma vez que são processos controlados pelos valores da língua de chegada
.

Capitulo 7 – APELO À ACÇÃO
Venuti cita Blanchot ao dizer que o texto estrangeiro é uma derivação de obras literárias, pelo que é algo diferente e único cujos significantes só podem, por momentos, ser captados por via do trabalho de tradução, o que assume que o texto estrangeiro deriva do original mas que este também depende da tradução, que o torna privilegiado. O tradutor é um representante da língua e da cultura estrangeiras: Blanchot baseia-se na ideia de resistência. Infelizmente, a tradução domesticadora ainda domina a cultura literária Anglo-Americana, que não é suficientemente auto consciente e autocrítica.
A tradução é naturalmente violenta, pois o texto vai sempre sofrer algum tipo de redução, exclusão ou inscrição. O próprio tradutor pode , por exemplo, escolher traduzir o texto sob a forma canónica cultura de chegada. A tradução depende da situação cultural em que a tradução é feita, e este valor é sempre lançado nos termos literários como prática da escrita.
O tradutores contemporâneos de textos literários podem introduzir mudanças nos textos, para chamar a atenção para o estado da tradução e sinalizar as diferenças que têm em relação aos textos de partida. Isto quer dizer que têm de limitar as experiências que fazem de modo a não alterarem muito o texto de chegada. mas ao mesmo tempo libertar a diversidade do texto de partida para a cultura de chegada.
Também é necessário que os tradutores forcem uma revisão dos códigos que os marginalizam e exploram, pois devem rever o seu estatuto de “autores”, na medida em que é a sua “reescrita” que torna o trabalho literário estrangeiro como “ponte” visível aos leitores.
Tamanho esforço requer uma mudança em todo o sector da tradução, visto que ler é uma forma de escrita dupla, que reescreve o texto estrangeiro segundo os valores domésticos culturais, e requer, assim, uma leitura dupla. Ler uma tradução significa reflectir no que a criou.

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