sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Comentários precisam-se

Excertos de traduções de "I don't want a Portagee in the family" já foram publicados na plataforma. Aproveitem este fim de semana prolongado para ler e comentar, aqui. Ou se preferirem comentem a contextualização do autor ou as dificuldades de tradução do poema de Olga Cabral ou...

8 comentários:

  1. O maior problema com que nos confrontámos a traduzir o texto de Charles Felix Reis consistiu nas diversas expressões típicas do inglês. Optámos, na maior parte dos casos, por mantê-las no texto de chegada. Mas reflectindo melhor, talvez devíamos ter adoptado uma estratégia mais domesticante.

    Algumas alternativas às nossas opções são:
    1. Sabendo que não há nada que incomode um superindentente mais do que a insatisfação parental, ...
    2. Ele tinha mais que fazer (em vez de: Ele tinha maior peixe para fritar)
    3. Não tem espírito de equipa (em vez de: Não é um jogador de equipa.)
    4. Ele não passava a vida a trocar ideias ("He didn't make a life's work out of changing ideas")

    Não conseguimos perceber muito bem o significado de "to hustle for contacts" e "attendant problems" (attendant tem vários significados que se adequam a este contexto)

    Acho que a tradução da Celina e da Susana está muito bem conseguida.

    Cumprimentos, Bianca

    ResponderExcluir
  2. Também concordo com a Bianca, uma das maiores dificuldades que tive foi com as expressões idiomáticas, como por exemplo:

    "We stayed till the last dog was hung." Na pesquisa que fiz diz que tem qualquer coisa a ver com ficar até ao final da festa mas foi muito dificil encontrar uma expressão que fosse adequada.
    E a "he did not make a life's work out of exchanging ideas", também optámos por "ele não passava a vida a trocar ideias".

    Quanto a "hustle for contacts" optámos por traduzir um bocadinho à letra e traduzimos por "dava-lhes oportunidade de lutar por contactos..."

    Cumprimentos,
    Mariana Azevedo

    ResponderExcluir
  3. Se a opção foi domesticar talvez se pudesse também arranjar um correspondente para portagee, eu pensei em por portuga ou tuga
    Vera

    ResponderExcluir
  4. O único problema com portuga ou tuga é não ter a mesma conotação negativa de portagee e assim iria-se perder um pouco o sentido do texto bem como uma referência importante visto ser esse o tema da obra. Eu optei por manter o termo e fazer uma nota de tradutor para explicá-lo. Penso que assim o seu uso não será estranho ao leitor.

    Cláudia Ribeiro

    ResponderExcluir
  5. Relativamente ao poema da Olga Cabral "Black White and Gray and Red Carnations" julgo que a tradução que mais se adequa ao trabalho de Picasso "Guernica" e respeitando o contexto de Guerra Civil da época será: " Cravos pretos e brancos, cinza e vermelhos" pretos e brancos alusivos ao painel de Picasso, cinza pela poeira da guerra e vermelhos pelo sangue derramado, esta é a minha lógica.

    Tenho algumas sugestões de tradução:
    na frase "this is the ikon remembered agony" a tradução mais adequada será - este é o ícone em constante agonia.
    Na pag. 69 onde o colega decidiu traduzir: "como as máscaras empoeiradas
    como as cinzas radioactivas sobre os tomates vermelhos"
    Julgo que o conector "com" ficava melhor, pois fazia uma ligação entre os versos e com o conteúdo sendo que as mascaras empoeiradas estão relacionadas com as cinzas radioactivas, posto isto, traduzi por: Como as mascaras empoeiras com cinzas radioactivas sobre os tomates vermelhos.

    Mesmo no final relativamente ao tempo verbal, creio que o pretérito perfeito do indicativo ,na 3º pessoa do plural faria mais sentido, resultando na tradução: "branco como o cabelo daqueles que RESISTIRAM e retornaram"

    Com os melhores cumprimentos
    JS

    ResponderExcluir
  6. Sugestão de título para esta história:
    "O refúgio de um português na América".
    Não deixaria, pelo menos para o público português, em Portugal, a palavra "portagee", não seria perceptível.
    Porquê refúgio?
    Acho que o importante nesta história é a nescessidade que o autor tem de transmitir, só no final, o que sente e como se sente, sendo descendente de imigrantes, numa terra repleta de imigrantes de diversas origens e devidamente hierarquizados socialmente. Ele tem consciência de que a sua posição não é das melhores, por isso refugia-se ocultando as suas origens, pág. 42 "... traveling incognito", "... not to advertise my nationality". O não ter aberto esta porta, a da sua identidade, pode ser a explicação para a posição social confortável que atingiu na socieade americana.

    Foi desta forma que eu li esta história. Muitos terão lido de forma diferente.
    Paula

    ResponderExcluir
  7. Boa noite...

    quanto ao portugee eu deixaria ficar, tanto no titulo, como ao longo do texto como está, uma vez que me faz pensar que está muito próximo da expressão "so portuguese" que hoje em dia é bastante comum usar-se, pelo menos na camada mais jovem... no entanto, não se podia apenas colocar uma nota de tradução no início do livro ou nota de rodapé da primeira vez que aparecesse a palavra no texto, a explicar o sentido de portugee?

    cumprimentos e boas traduções
    Ana Quina

    ResponderExcluir
  8. olá,

    pois ao que parece o "portagee" é possivelmente a maior dificuldade de todo o texto... e, ao que parece, nenhuma solução apresentada é ideal. Suponho que meter uma nota na primeira ocorrência seria acertada... mas a primeira ocorrência é o titulo... e não faz sentido algum começar um texto logo com uma nota no titulo... enfim,uma outra (pseudo)solução seria não traduzir e talvez introduzir um subtítulo mas a professora também não achou muita graça a esta ideia; de qualquer forma seria algo como: «Through a Portagge Gate» - "A história de um emigrante português nos EUA." A questão do "portuga" também não é do contentamento geral porque há aqueles que defendem que a palavra não traz grande sentido pejorativo como "portagee" pretende fazer... enfim, não existem soluções perfeitas... há que escolher a menos má - seja ela qual for.

    ResponderExcluir