terça-feira, 27 de outubro de 2009

Tradução de "I See You Never" de Ray Bradbury (por Filipa F. e Carina C.)

No espaço para documentos do site, podem descarregar a tradução acima mencionada. Apesar dos amarelos e alguns vermelhos, há esforço e progressos (vejam, por exemplo, como as vossas colegas geralmente resolvem bem a questão do excesso de mais-que-perfeitos do texto de partida).
Comentem e ajudem com alternativas. A Filipa e a Carina referem, para começar, dois pontos em que sentiram dificuldades:
- A quantidade de possíveis significados para a palavra “porch”.
- O manter ou não de Sra. e Sr. Ramirez nas frases de diálogo (ex: “- O que se passou Sr. Ramirez? – perguntou a Sra. O’Brian.”), uma vez q para o leitor deverá ser óbvio q o diálogo é entre a Sra. O’Brian e o Sr. Ramirez.

domingo, 25 de outubro de 2009

"Forms of Verse Translation and the Translation of Verse Forms", de J. S. Holmes (trabalho de Ana M. C. e Patrícia N.)

James S. Holmes inicia o seu discurso baseando-se em Roland Barthes, famoso linguista e crítico francês que propôs uma distinção de classes onde numa se insere a poesia, ficção e drama, que lida com a linguagem que é usada pelo escritor para este falar de objectos e fenómenos que são exteriores à língua.
A outra classe que diz respeito à escrita que, tal como o nome indica, engloba as formulações linguísticas do mundo, classe esta que Holmes prefere designar de metaliteratura. Neste conceito da metaliteratura, enquadra-se a prática da tradução
Seguidamente o autor propõe que se fale em metapoema para designar o poema traduzido, naquilo que implica de processo critico sobre o poema de partida, seu esforço de reprodução do trabalho criativo sobre os fenómenos do mundo que deu lugar a esse primeiro poema do tipo de tradução de verso mais adequado ao poema de partida e como solução, os tradutores têm de optar por umas das quatro abordagens no acto tradutório.
Na primeira abordagem, a forma mimética, o tradutor mantém a forma do original, ou seja, imita a sua forma da melhor maneira possível, “movendo-se” da língua e tradição poética de partida para a língua e tradição poética de chegada.
 A segunda abordagem, a forma analógica segue o poema de partida, mas vai além deste. Vai até ao verso que cumpra função idêntica na tradição poética de chegada. Ambas as abordagens podem ser classificadas no plano das formas de tradução de forma derivada, baseando-se na tentativa de equivalência entre as línguas de partida e de chegada e suas respectivas tradições poéticas.
Segue-se uma terceira abordagem, uma forma de verso designada derivado de conteúdo semantico e que se pode também chamar abordagem da forma orgânica. O tradutor não segue a forma do original como ponto de partida, antes ajusta o conteúdo a partir do material semântico e assume assim, a sua própria forma poética na tradução.
Por último, a forma de tradução descrita como desviante ou “externa” que não se baseia no original, nem segue a sua forma ou conteúdo, antes vertendo-o, por questões de agenda poética, para uma forma “alheia” a quaisquer indícios formais do poema de partida.
Há ainda um quinto tipo que o autor desconsidera: a tradução do verso por uma forma em prosa.
Concluindo, o autor termina com um alerta para a relação extremamente fechada entre o tipo de forma de verso que um tradutor escolhe e o efeito total que as suas traduções alcançam, daí que todo o problema da tradução em verso e o seu estudo merecem total atenção.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Levantamento de problemas relativos à tradução de Altamont Jones, de Velma Pollard


Do trabalho do Paulo Martins, do Paulo Moreira e do Bernardo Rodrigues resultou uma tradução e um levantamento de problemas. Podem comentar quer uma coisa quer outra.

Problemas gerais de tradução

- A existência de Crioulo Jamaicano: para que a tradução seja fiável é necessária uma primeira tradução para Inglês padrão. Só depois torna possível a tradução para o Português e, consequentemente uma segunda tradução para Crioulo da Ilha de Santiago (Cabo verde)
Exemplo: Every night you come een ere wid you face mek up like you smell someting ar you jaw puff out like frag a go chin cucubeh. (Todas as noites entras aqui com cara de caso, e de beiça caída como um sapo prestes a cuspir veneno).
Alternativa sugerida ("tradução" para crioulo e depois um certo "adocicamento" para evitar total opacidade): Tudo noiti entras aqui qu cara di caso i di quexo caído como um sapo qui stá a punto di cuspir veneno. Estó fartu di olhar pa tu má cara. Aposto qui no fazis ssa cara, cando tu bai a primero andar di Master Isaacs pa incontra quela mulata maldita

- Referências próprias do ambiente onde decorre a acção: o uso de tais referências dificulta a interpretação das frases e a construção das frases traduzidas. Referências como as ruas, Red Stripe e Black Seal, marcas de cerveja e rum, respectivamente, necessitam de pesquisa para que sejam correctamente inseridas na tradução. Já no caso de Massa or Busha , são termos que se relacionam com o período colonial da Jamaica;

- Léxico pouco comum: uso de termos invulgares como sniggers, tirade e unobtrusive leva a que se tenha de corresponder tais termos com os seus correspondentes em Português, ou o mais próximo possível;

Problemas específicos


            - Ao serem mantidas as formas de tratamento de Mr. Jones ou Mr. Abrams, tomámos uma posição estranhante, de modo a informar o leitor que a acção retratada não acontece em território português.
            - O facto de Philip Chin ser uma personagem criada pela autora, e não alguém real pode causar confusão na sua relevância para o conto.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Nova Mudança de Sala - 5ª Feira - Sala 9

As nossas aulas de Quinta-feira passarão já, a partir de dia 15, a ser na sala 9 e não no Anfiteatro II. Quem vir esta mensagem, passe palavra, por favor.

Concurso para Tradutores de Inglês

A Relógio D’Água vai abrir um concurso para escolher seis colaboradores como tradutores de inglês-português. Os candidatos podem escolher entre uma obra de Iris Murdoch (Under the Net), de Edna O’Brien (The Country Girls) e G. K. Chesterton (The Man Who Was Thursday).

Condições de concurso:

1. Os concorrentes devem ter o português (europeu) como língua materna.

2. A prova de admissão consiste na tradução de sete primeiras páginas de uma das três obras acima mencionadas.

3. Os interessados devem contactar a editora por e-mail (relogiodagua@relogiodagua.pt), enviando o seu currículo e e-mail e solicitando o envio das sete páginas de uma, e apenas de uma, das obras mencionadas.

4. Duas assistentes editoriais da Relógio D’Água (Isabel Castro Silva e Michelle Nobre Dias) serão responsáveis pela selecção das cinco melhores provas de tradução recebidas para cada autor. As provas de tradução deverão ser enviadas até 18 de Outubro de 2009 para o e-mail da editora com indicação de Prova de Tradução.

5. As cinco provas seleccionadas serão depois apreciadas por um júri integrado por Miguel Serras Pereira, Margarida Vale de Gato e Paulo Faria, que escolherão as duas melhores traduções para cada um dos autores. As provas a que este júri terá acesso serão anónimas.
O júri pode considerar que nenhuma das provas reúne as condições necessárias para aprovação.

6. O autor da prova considerada em primeiro lugar ficará como tradutor da obra cuja tradução iniciou. O segundo classificado será contactado para posteriores trabalhos de tradução.

7. O júri terá completado o seu trabalho no dia 28 de Outubro, sendo o resultado divulgado no blogue da Relógio D’Água.

8. O pagamento previsto por página de 1800 caracteres (incluindo espaços) é de 8€. O contrato-tipo de tradução da Relógio D’Água pode ser solicitado para o e-mail da editora.