terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Tradução da prof de "One Art"

(aceitam-se também críticas, sugestões, comentários)



















A arte de perder não custa dominar;
há tantas coisas que parecem decididas
a perder-se, que o mundo não pode acabar.


Perder quotidianamente. Há que aceitar
a falta das chaves, a hora consumida.
A arte de perder não custa dominar.


Depois treina-te a perder mais e sem parar:
nomes, e sítios, onde tinhas prometido
que ias; nem por isso há-de o mundo acabar.


Perdi o relógio da minha mãe, e – azar! –
a última, ou quase, das minhas casas queridas.
A arte de perder não custa dominar.


Perdi duas cidades, lindas, e, para somar,
duas terras, dois rios, e tantas despedidas
de coisas que faltam mas não causam pesar.


– Até perder-te a ti (a voz de troça, a xingar
que eu amo) não estou a enganar. É sabido
que a arte de perder não custa dominar,
embora pareça (escreva-se!) o mundo a acabar.

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