domingo, 25 de outubro de 2009

"Forms of Verse Translation and the Translation of Verse Forms", de J. S. Holmes (trabalho de Ana M. C. e Patrícia N.)

James S. Holmes inicia o seu discurso baseando-se em Roland Barthes, famoso linguista e crítico francês que propôs uma distinção de classes onde numa se insere a poesia, ficção e drama, que lida com a linguagem que é usada pelo escritor para este falar de objectos e fenómenos que são exteriores à língua.
A outra classe que diz respeito à escrita que, tal como o nome indica, engloba as formulações linguísticas do mundo, classe esta que Holmes prefere designar de metaliteratura. Neste conceito da metaliteratura, enquadra-se a prática da tradução
Seguidamente o autor propõe que se fale em metapoema para designar o poema traduzido, naquilo que implica de processo critico sobre o poema de partida, seu esforço de reprodução do trabalho criativo sobre os fenómenos do mundo que deu lugar a esse primeiro poema do tipo de tradução de verso mais adequado ao poema de partida e como solução, os tradutores têm de optar por umas das quatro abordagens no acto tradutório.
Na primeira abordagem, a forma mimética, o tradutor mantém a forma do original, ou seja, imita a sua forma da melhor maneira possível, “movendo-se” da língua e tradição poética de partida para a língua e tradição poética de chegada.
 A segunda abordagem, a forma analógica segue o poema de partida, mas vai além deste. Vai até ao verso que cumpra função idêntica na tradição poética de chegada. Ambas as abordagens podem ser classificadas no plano das formas de tradução de forma derivada, baseando-se na tentativa de equivalência entre as línguas de partida e de chegada e suas respectivas tradições poéticas.
Segue-se uma terceira abordagem, uma forma de verso designada derivado de conteúdo semantico e que se pode também chamar abordagem da forma orgânica. O tradutor não segue a forma do original como ponto de partida, antes ajusta o conteúdo a partir do material semântico e assume assim, a sua própria forma poética na tradução.
Por último, a forma de tradução descrita como desviante ou “externa” que não se baseia no original, nem segue a sua forma ou conteúdo, antes vertendo-o, por questões de agenda poética, para uma forma “alheia” a quaisquer indícios formais do poema de partida.
Há ainda um quinto tipo que o autor desconsidera: a tradução do verso por uma forma em prosa.
Concluindo, o autor termina com um alerta para a relação extremamente fechada entre o tipo de forma de verso que um tradutor escolhe e o efeito total que as suas traduções alcançam, daí que todo o problema da tradução em verso e o seu estudo merecem total atenção.

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