segunda-feira, 9 de março de 2015

Normas de Tradução segundo Gideon Toury (1980-1995) - trabalho de Ana Catarina, Ana Rita e Solange


As atividades de tradução devem ser consideradas como inseridas na sociedade.
A aquisição de um conjunto de normas para determinar a aptidão prática para esse mesmo tipo de comportamento constitui consequentemente um pré-requisito para o seu sucesso dentro do meio sociocultural em que se insere.

Regras, normas e idiossincrasias
As normas inserem-se numa classificação contínua ao longo de uma escala: umas são mais fortes, consequentemente mais próximas das regras, outras mais fracas, caindo quase na idiossincrasias.
Os sociólogos e os psicólogos sociais há muito consideram as normas como a adopção de princípios ou ideias partilhadas por uma comunidade numa determinada situação, especificando o que é tolerado e permitido.
 As normas surgem dentro da teoria dos polissistemas desenvolvida por G. Toury e Itamar Even-Zohar. Exemplo:
 

Tradução como uma actividade Regida por normas
Traduzir é uma actividade que inevitavelmente envolve, pelo menos, duas línguas e duas tradições culturais, logo, pelo menos, dois conjuntos de normas. O valor da tradução pode caracterizar-se por 2 elementos:
1.             Ser um texto numa determinada língua, consequentemente ocupando uma posição antes vaga na cultura em que se insere [posição na chegada];
2.             Constituir uma representação nessa língua/cultura de um texto preexistente noutra língua, pertencendo a outra cultura [posição relativa à cultura de partida].
 Normas de Tradução
É de esperar que sejam aplicadas normas de tradução durante todas as etapas do trabalho de tradução.
Primeira. Norma Inicial: Carateriza-se pela procura da tradução adequada A forma como o texto se insere na cultura de chegada e a forma como um texto relativamente à cultura/língua de partida constitui nessa cultura uma representação de um texto preexistente numa outra língua e cultura.
Se o tradutor optar por dar prioridade ao texto pré-existente noutra língua e cultura a tradução vai ter tendência a subscrever as normas da língua e da cultura de partida. Esta tendência, que muitas vezes tem sido caracterizada como a procura da tradução adequada, pode conter incompatibilidades com as normas de chegada e práticas. Se por outro lado o tradutor aprovar a segunda posição de procurar o melhor espaço para o texto no sistema de chegada, são sobretudo as normas da cultura de chegada que são ativadas. Assim enquanto a aderência às normas de partida determinam a adequação da tradução comparado ao texto de partida, a subscrição às normas originadas da cultura de chegada determinam a sua aceitabilidade.
As decisões de tradução envolvem uma combinação entre os dois extremos implicados pela norma inicial.

Para além da norma inicial, existem outros dois tipos de normas aplicáveis na tradução: Normas Preliminares e Operacionais

Segunda. Normas Preliminares: Têm que ver com dois grupos que se encontram frequentemente interligados, a) Politica de Tradução e b) Direção da  Tradução.  A politica de tradução refere-se aos fatores selecionadores dos tipos de texto a serem importados para uma nova cultura ou língua, através da tradução.  Já a direção da tradução  refere-se  à tolerância permitida na tradução indireta de uma língua que não a língua fonte.
Normas Operacionais: São as que conduzem as opções no campo do texto. Afetam as interações entre o texto de partida e o texto de chegada. Este tipo de normas divide-se em normas matriciais, em que se implica o modo como o tradutor insere na língua de chegada a estrutura de um texto da língua de partida, e normas textuais e linguísticas, em que se implica a análise de minúcia dos estratos de composição textual.
Estudar as normas de tradução
Existem duas principais fontes para a reconstrução de nomas de tradução, sendo elas textual e extratextual:
1.         Textual – os próprios textos traduzidos, para todos os tipos de normas, tal como inventários analíticos de traduções, para várias normas preliminares;
2.         Extratextual – formulações semi-teóricas ou críticas, tais como “teorias” prescritivas de tradução, testemunhos feitos por tradutores, editores e publicistas, e outras pessoas envolvidas ou ligadas à actividade, avaliações críticas de traduções individuais, ou a acividade de um tradutor ou “escolas” de tradutores, e por aí em diante.

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