As atividades de tradução devem ser
consideradas como inseridas na sociedade.
A aquisição de um conjunto de normas
para determinar a aptidão prática para esse mesmo tipo de comportamento
constitui consequentemente um pré-requisito para o seu sucesso dentro do meio
sociocultural em que se insere.
Regras, normas e idiossincrasias
As normas inserem-se numa classificação
contínua ao longo de uma escala: umas são mais fortes, consequentemente mais
próximas das regras, outras mais fracas, caindo quase na idiossincrasias.
Os sociólogos e os psicólogos sociais há
muito consideram as normas como a adopção de princípios ou ideias partilhadas
por uma comunidade numa determinada situação, especificando o que é tolerado e
permitido.
As normas surgem dentro da teoria dos polissistemas desenvolvida por G. Toury e Itamar Even-Zohar. Exemplo:
Tradução como uma actividade Regida por normas
Traduzir é uma actividade que
inevitavelmente envolve, pelo menos, duas línguas e duas tradições culturais, logo,
pelo menos, dois conjuntos de normas. O valor da tradução pode caracterizar-se
por 2 elementos:
1.
Ser um texto numa determinada língua, consequentemente ocupando uma posição
antes vaga na cultura em que se insere [posição na chegada];
2.
Constituir uma representação nessa língua/cultura de um texto preexistente noutra
língua, pertencendo a outra cultura [posição relativa à cultura de partida].
Normas de Tradução
É de esperar que sejam aplicadas normas
de tradução durante todas as etapas do trabalho de tradução.
Primeira. Norma Inicial: Carateriza-se pela procura da tradução adequada A forma como o texto se
insere na cultura de chegada e a forma como um texto relativamente à
cultura/língua de partida constitui nessa cultura uma representação de um texto
preexistente numa outra língua e cultura.
Se o tradutor optar por dar prioridade
ao texto pré-existente noutra língua e cultura a tradução vai ter tendência a
subscrever as normas da língua e da cultura de partida. Esta tendência, que
muitas vezes tem sido caracterizada como a procura da tradução adequada,
pode conter incompatibilidades com as normas de chegada e práticas. Se por
outro lado o tradutor aprovar a segunda posição de procurar o melhor espaço
para o texto no sistema de chegada, são sobretudo as normas da cultura de
chegada que são ativadas. Assim enquanto a aderência às normas de partida
determinam a adequação da tradução
comparado ao texto de partida, a subscrição às normas originadas da cultura de
chegada determinam a sua aceitabilidade.
As decisões de tradução envolvem uma
combinação entre os dois extremos implicados pela norma inicial.
Para além da norma inicial, existem
outros dois tipos de normas aplicáveis na tradução: Normas Preliminares e
Operacionais
Segunda. Normas Preliminares: Têm que ver com dois grupos que se encontram frequentemente interligados,
a) Politica de Tradução e b) Direção da Tradução.
A politica de tradução refere-se aos fatores selecionadores dos tipos de
texto a serem importados para uma nova cultura ou língua, através da
tradução. Já a direção da tradução refere-se à tolerância permitida na tradução indireta de
uma língua que não a língua fonte.
Normas Operacionais: São as que conduzem as opções no campo do texto. Afetam as interações
entre o texto de partida e o texto de chegada. Este tipo de normas divide-se em
normas matriciais, em
que se implica o modo como o tradutor insere na língua de chegada a
estrutura de um texto da língua de partida,
e normas textuais e linguísticas,
em que se implica a análise de minúcia dos estratos de composição textual.
Estudar as normas de tradução
Existem duas principais fontes para a reconstrução
de nomas de tradução, sendo elas textual e extratextual:
1. Textual – os próprios textos
traduzidos, para todos os tipos de normas, tal como inventários analíticos de
traduções, para várias normas preliminares;
2. Extratextual – formulações semi-teóricas
ou críticas, tais como “teorias” prescritivas de tradução, testemunhos feitos
por tradutores, editores e publicistas, e outras pessoas envolvidas ou ligadas
à actividade, avaliações críticas de traduções individuais, ou a acividade de
um tradutor ou “escolas” de tradutores, e por aí em diante.
muito bom conteúdo!
ResponderExcluirMuito interessante!
ResponderExcluir